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Francisco Sarsfield Cabral

O excesso de presos nos EUA

21 jul, 2015

O mais chocante neste aumento brutal da população presa nos EUA é que ele não corresponde a qualquer aumento da criminalidade violenta no país.

A um ano e meio do fim do seu segundo e último mandato como Presidente dos EUA, Obama resolveu chamar a atenção para a chaga social que são as prisões do seu país, superlotadas e violentas.

O número de pessoas presas nos EUA passou de cerca de 200 mil na década de 60 do século passado para 2,4 milhões hoje.

Com 5% da população mundial, os EUA têm agora na cadeia um quarto dos presos de todo o mundo. E 40% dos presos em cadeias americanas são de raça negra – em proporção, há mais negros presos nos EUA do que na África do Sul no tempo do “apartheid”.

O mais chocante neste aumento brutal da população presa nos EUA é que ele não corresponde a qualquer aumento da criminalidade violenta no país. Pelo contrário, esta criminalidade baixou significativamente nas últimas décadas.  

O que houve foi um agravamento enorme e irracional das penas, sobretudo as aplicadas a delinquentes menores e de raça negra. A prisão, nestas condições, não reforma os detidos, antes os promove na “escola” do crime. Um sistema menos cruel e menos caro serviria melhor a sociedade americana.