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Francisco Sarsfield Cabral

Travões ao emprego

30 jun, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Numa economia marcada por actividades que precisam de trabalhadores com boa formação técnica e profissional, o baixo nível de formação académica de muitos portugueses torna difícil a sua contratação.

O desemprego em Maio subiu ligeiramente, embora tenha baixado em relação a Maio de 2014. É, de facto, difícil reduzir significativamente o desemprego na economia portuguesa.

A estrutura produtiva nacional evoluiu (ainda insuficientemente) para actividades tecnologicamente mais complexas, a maioria das quais requer menos mão-de-obra do que as indústrias tradicionais, que empregavam centenas de operários e operárias recebendo baixos salários.

Do que essas novas actividades precisam são de trabalhadores com boa formação profissional e técnica – e muitas vezes não os encontram, como acontece, por exemplo, em várias empresas têxteis altamente sofisticadas. O baixo nível de formação académica e profissional de um grande número de portugueses é, assim, um travão ao emprego.

Mas também é verdade que, em actividades tecnologicamente simples (como servir à mesa em restaurantes), muitas pequenas empresas se queixam de não conseguirem contratar pessoal em número suficiente – mesmo com o desemprego nos 13% da população activa. Os salários são baixos? Mas estar desempregado é pior. Ou não?