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Francisco Sarsfield Cabral

Fazer de morto

29 jan, 2015

Falando pouco e vagamente, António Costa tem o azar de nem sempre acertar naquilo que diz.

As mais recentes sondagens lançaram a dúvida: bastará a António Costa “fazer de morto” até às próximas eleições para as ganhar?

O actual líder do PS é um político experimentado, tem capacidade de comunicação e boa imprensa. Só que comunica pouco ou nada, para só anunciar o seu programa o mais perto possível da votação, para evitar desgaste.

É uma estratégia que começa a desagradar aos portugueses, que gostariam de perceber o que nos espera, caso o PS lidere o próximo governo. Talvez algo de muito parecido com a política actual, como aliás confidenciam economistas próximos do PS – mas não convém que se saiba.

Falando pouco e vagamente, António Costa tem o azar de nem sempre acertar naquilo que diz. A Comissão Europeia voltou a explicar que Portugal, enquanto tiver um défice orçamental acima de 3% do PIB (o chamado “défice excessivo”), não poderá beneficiar das novas regras de flexibilização do Pacto de Estabilidade. Contra o que sempre disse o Governo, Costa afiançava que não, que podia. Um candidato a primeiro-ministro deve estar melhor informado.