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Francisco Sarsfield Cabral

Angola, uma aposta estratégica

13 jan, 2015

Mas importa ter em conta que se trata de uma crise conjuntural. Mais tarde ou mais cedo o petróleo voltará a subir.

A economia angolana cresceu 4% em 2014, mas este ano deve entrar em recessão. É que o barril de crude vende-se hoje a menos de 50 dólares, contra 110 há um ano e meio. Ora 98% das exportações de Angola e três quartos das suas receitas fiscais têm origem no petróleo.

Naturalmente que esta situação afectará as exportações portuguesas, que têm em Angola o seu primeiro mercado fora da Europa. Não se repetirão nos próximos tempos taxas de crescimento das nossas exportações para aquele país da ordem dos 50%, como aconteceu entre o terceiro trimestre de 2013 e igual período do ano passado.

As construtoras portuguesas serão decerto bastante afectadas. E provavelmente será mais difícil aos imigrantes portugueses arranjar ali trabalho – já lá estão mais de 200 mil.

Mas importa ter em conta que se trata de uma crise conjuntural. Mais tarde ou mais cedo o petróleo voltará a subir. E Angola possui muitas outras fontes de riqueza, que importa desenvolver. Há que ter visão estratégica a longo prazo, que justifica a aposta no bom relacionamento entre Portugal e Angola.