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Francisco Sarsfield Cabral

Depois da manifestação

12 jan, 2015

É decisivo convencer países muçulmanos (alguns dos quais financiam o terrorismo, abertamente ou não) a participarem militarmente contra o chamado “Estado Islâmico”.

A grande manifestação em Paris contra o terrorismo deu um importante impulso psicológico à luta contra o terrorismo, que tem custos. Desenham-se os primeiros: mais controle nas fronteiras europeias (revendo o Tratado de Schengen) e sobre a internet. Outras medidas se seguirão.

Mas elas não podem pôr em causa os nossos valores de civilização, como tragicamente aconteceu depois do 11 de Setembro, quando a administração Bush admitiu a tortura (embora com outro nome) e outras ilegalidades.

Nesse ponto os terroristas ganharam, porque a raiva deles é contra aqueles valores; não podem voltar a ganhar. Não é bom augúrio que Marine Le Pen, que não foi à manifestação de Paris, ter sido aplaudida ontem numa cidade da Provença.  

E é decisivo convencer países muçulmanos (alguns dos quais financiam o terrorismo, abertamente ou não) a participarem militarmente contra o chamado “Estado Islâmico”, agora combatido com algum êxito quase só por curdos, bem como contra o Boko Haram na Nigéria e outros grupos assassinos que ocupam territórios extensos e possuem material militar pesado.