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Francisco Sarsfield Cabral

O risco do "Grexit"

06 jan, 2015

A eventual saída da Grécia da zona euro é susceptível de desencadear movimentos especulativos apostando que se seguirá a saída de Portugal.

O Governo alemão transmitiu a ideia de que, caso a Grécia rejeite a austeridade e exija o perdão de metade da sua dívida pública (seria o segundo perdão), terá que sair do euro (Grexit). Saída que já não envolveria o “risco sistémico” de há cinco anos atrás, isto é, de contagiar outros países da moeda única.

Nós, portugueses, devemos encarar com reserva esta convicção. A eventual saída da Grécia é susceptível de desencadear movimentos especulativos apostando que se seguirá a saída de Portugal.
 
O que só será contrariado com eficácia se o Banco Central Europeu (BCE) intervir em força, prometendo comprar e comprando dívida pública portuguesa. Ora não é certo que tal aconteça.

Será então a posição de Merkel e do seu ministro das Finanças uma ameaça aos eleitores gregos para que não votem no Syriza? Talvez, mas é mais provável que se trate do mero reflexo daquilo que pensa a maioria dos alemães, fartos de gastar dinheiro com países que, na sua óptica, não respeitam as regras. Os tempos não estão favoráveis a novos programas de assistência e os gregos devem ter disso consciência.