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Francisco Sarsfield Cabral

A imoralidade da tortura

12 dez, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Foi divulgado um relatório da uma Comissão do Congresso que confirma a prática de tortura pelos serviços secretos americanos, por vezes com uma violência brutal.

Sabia-se que a CIA torturou prisioneiros a partir dos atentados de 11 de Setembro de 2001, embora a palavra tortura não fosse usada. Essa prática abominável foi autorizada pelo Presidente George W. Bush, sendo defendida ao mais alto nível político em Washington.

Foi agora divulgado um relatório da uma Comissão do Congresso, com mais de 6 mil páginas que levaram cinco anos a redigir. Este documento confirma a prática de tortura pelos serviços secretos americanos, por vezes com uma violência brutal. Conclui, também, que a tortura não foi eficaz. E diz ainda que a CIA mentiu repetidamente nas informações que transmitiu ao Congresso, à Casa Branca e ao público.

Obama afirmou que a tortura prejudicou gravemente a imagem da América no mundo. O republicano John McCain (preso e torturado pelos vietnamitas entre 1967 e 1973) disse que a tortura representou uma mancha na honra dos EUA e produziu mais danos do que benefícios.

Mas ainda que a tortura tivesse sido eficaz e não prejudicasse a imagem dos EUA, o decisivo é ela ser imoral. Os fins não justificam os meios.