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Francisco Sarsfield Cabral

A frágil monarquia espanhola

10 dez, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Há anos que rumores de corrupção atingem a família real espanhola, incluindo Juan Carlos, pai do actual rei.

O Ministério Público espanhol pediu uma pena pesada para o cunhado do rei (quase 20 anos de prisão). Claro que não há ainda sentença, muito menos transitada em julgado. Mas este é mais um sintoma da fragilidade da monarquia espanhola.

O presente caso não é único. Há anos que rumores de corrupção atingem a família real espanhola, incluindo Juan Carlos, pai do actual rei. O ex-rei foi escolhido por Franco, que passou por cima do sucessor dinástico (o pai de Juan Carlos), de quem não gostava. Mas, contra o que muitos esperavam, o rei Juan Carlos foi um baluarte da democracia, impedindo nomeadamente, em 1981, um golpe de Estado militar em curso.

Mas depois disso a aura de Juan Carlos decaiu muito. Abdicou em Junho passado no seu filho Felipe, o actual rei. Este tem pela frente uma tarefa hercúlea: manter a unidade do Estado espanhol, contra as tendências separatistas, sobretudo da Catalunha e do País Basco. Para ser bem sucedido, o rei Felipe precisa de ganhar a opinião pública espanhola. O processo-crime do seu cunhado Iñaki Urdangarin, acusado de desviar mais de 6 milhões de euros, não ajuda.