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Francisco Sarsfield Cabral

Greves e impostos

31 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Não se vêem greves em empresas privadas. Só nas empresas ainda na órbita do Estado se regista o uso e o abuso de paralisações.

A TAP está em greve, a segunda em apenas três meses. Em Agosto foram os pilotos, agora é o pessoal de cabine. O Metro de Lisboa anunciou uma nova greve para 13 do próximo mês. Será a terceira também no espaço de três meses.

O pessoal de cabine da TAP quer mais dinheiro. Claro que toda a gente tem o direito de reivindicar melhores condições de trabalho, incluindo recorrendo à greve como último recurso. Não parece ser o caso.

A greve do Metro é contra a fusão com a Carris e a Transtejo, para posterior privatização. Ora a multiplicação de greves que prejudicam milhões de utentes do Metro só leva a que muita gente suspire para que essa privatização aconteça depressa. O mesmo se diga da privatização da TAP.

É que não se vêem greves em empresas privadas. Só nas empresas ainda na órbita do Estado se regista o uso e o abuso de paralisações. Por estas pagam os utentes e pagam também os contribuintes, pois a sucessão de greves tende a diminuir o valor pelo qual as empresas serão vendidas. Menos dinheiro para o Estado, que assim precisará de carregar nos impostos.