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Francisco Sarsfield Cabral

Estagnação na Alemanha

13 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A economia germânica apresenta vários pontos negativos, desde a escassez de investimentos em infra-estruturas até ao envelhecimento da população.

A resposta da Alemanha à crise do euro assenta na intransigente defesa da austeridade. Envolve, também, uma “coordenação de políticas” na zona euro que se limita à ortodoxia orçamental. Têm, assim, ficado excluídas medidas alemãs para espevitar a sua economia (subindo salários, baixando impostos, investindo mais, etc.), visando ajudar as exportações de países em dificuldades.

O governador do BCE, Draghi, afirmou que os países com margem orçamental para estimularem a sua economia deveriam fazê-lo, para afastar a deflação. Portugal, obviamente, não tem essa margem; mas a Alemanha tem-na e larga. O FMI apoia esta orientação, mas Berlim não tem cedido.

Ora as exportações alemães estão agora a cair. Elas têm sido o quase único motor da economia germânica. A qual apresenta vários pontos negativos, desde a escassez de investimentos em infra-estruturas até ao envelhecimento da população, passando pela queda dos salários reais da maioria dos trabalhadores alemães. Poderão a economia estagnada e o recuo das exportações mudar a posição alemã? É, pelo menos, uma esperança.