Francisco Sarsfield Cabral
O EI baralhou tudo
10 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral
Resta saber se Obama em fim do seu último mandato e o Congresso partidariamente bloqueado são capazes de delinear e aplicar uma estratégia para liquidar o EI
O chamado “Estado Islâmico” (EI), ocupando parte da Síria e do Iraque, não se caracteriza apenas pela sua extrema barbárie. Pela primeira vez, uma organização terrorista dispõe de território, exército, armamento pesado, etc. O que veio revolucionar o quadro tradicional naquela região.
Por isso multiplicam-se as contradições. O EI aproximou os EUA do seu arqui-inimigo, o Irão. Al-Assad, o tirano da Síria, é combatido pelo EI, o que coloca dilemas complicados aos americanos. A Turquia de Erdogan, inimiga de Assad, também é inimiga do EI; mas não se envolve militarmente no terreno contra ele, porque receia o poder dos curdos que estão a combater o EI. Não se sabe, aliás, se esta situação complexa não irá liquidar o processo de paz entre Ankara e os rebeldes curdos que, na Turquia, promovem ataques terroristas reclamando independência.
Resta saber se, em Washington, Obama em fim do seu último mandato e o Congresso partidariamente bloqueado são capazes de delinear e aplicar uma estratégia para liquidar o EI, que levará anos a ter resultados.