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Francisco Sarsfield Cabral

A queda dos ídolos

09 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Uma sociedade precisa de heróis e os ídolos do desporto não chegam. Assim, em Portugal alguns empresários e gestores passaram a ser considerados autênticos génios.

A sociedade portuguesa nunca valorizou devidamente a actividade empresarial. Acontece noutros países, como a França, onde uma sondagem de há anos revelava que ser funcionário público era a ambição da maioria dos inquiridos. Os portugueses também não gostam dos políticos. Aí somos acompanhados por um maior número de outros países, que não se sentem representados pelos políticos.

Mas uma sociedade precisa de heróis e os ídolos do desporto não chegam. Assim, em Portugal alguns empresários e gestores passaram a ser considerados autênticos génios. Uma parte da Imprensa económica adulou-os, porventura em troca de alguma notícia, que deles assim pudessem obter (favorável a esses gestores e empresários, claro).

De há uns tempos para cá, porém, vários desses ídolos empresariais caíram do pedestal. Quem antes os elogiava passou a criticá-los severamente. Depois de vários escândalos na banca, o “terramoto” Espírito Santo abalou o país. E agora o caso da PT impressiona. Segundo uma auditoria à empresa, a gestão de Bava e Granadeiro foi “imprudente e enganadora”. Sic transit gloria mundi...