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Francisco Sarsfield Cabral

Os alemães e o euro

29 set, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O euro barato estimula a economia e afasta a deflação. A cotação da moeda única fechou na sexta-feira a 1 dólar e 27 cêntimos.

Enquanto a economia americana acelera a sua recuperação, a zona euro estagna. Uma das poucas boas notícias europeias é a descida na cotação do euro, que fechou na sexta-feira a 1 dólar e 27 cêntimos. Há um mês estava quase em 1.40. O euro barato estimula a economia e afasta a deflação, ao subir o preço das importações.

Já as medidas anunciadas pelo BCE em Junho não produziram, até agora, efeitos significativos no aumento de crédito bancário às empresas. Draghi tomará medidas não convencionais na próxima quinta-feira?

Diz-se que a Alemanha concordaria com tais medidas se a França e a Itália concretizassem as reformas prometidas. Mas estas tardam e, de qualquer modo, só a médio prazo haverá resultados. Mais grave é a subida da contestação alemã ao BCE.

O ministro das Finanças W. Schauble disse não estar feliz com a perspectiva de compra de activos pelo BCE, cuja estratégia de relançamento económico também é criticada pelo governador do Bundesbank. E o partido alemão anti-euro cresce, reflectindo uma opinião pública cada vez menos satisfeita com a moeda única.