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Francisco Sarsfield Cabral

Regresso ao Iraque

11 ago, 2014

Ser superpotência impõe responsabilidades. O massacre dos não islâmicos por este movimento exigia uma resposta.

Um mês e meio depois de o governo do Iraque ter pedido aos Estados Unidos uma intervenção aérea para travar os islâmicos radicais do bárbaro movimento ISIS, Obama fez-lhe a vontade. O massacre dos não islâmicos por este movimento exigia uma resposta por parte da única superpotência mundial, cujo poderio militar não tem paralelo.

Ser superpotência impõe responsabilidades. Tanto mais que Obama tinha dado um preocupante sinal de fraqueza, quando declarou não permitir o uso de armas químicas pelo ditador sírio Assad – e este as usou mesmo, sem reacção americana.

Decerto que a actual intervenção dos EUA no Iraque não envolve tropas no terreno. E tem igualmente uma dimensão humanitária, com aviões a lançar alimentos aos fugitivos da fúria islâmica.

Mas não será esta intervenção que evitará a fragmentação do Iraque e a guerra de sunitas contra xiitas que incendeia todo o Médio Oriente. É necessário que o faccioso primeiro-ministro iraquiano, Maliki, dê lugar a um político que faça a ponte com os sunitas. É o próprio chefe religioso xiita do Iraque, Al Sistani, quem o reclama.