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Francisco Sarsfield Cabral

O PSOE e a dívida pública

22 jul, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A posição do novo líder do partido sobre a dívida soberana é bem diversa daquelas que predominam na esquerda portuguesa e também em alguns sectores mais à direita. “Não pagar a dívida pública – disse ele em entrevista ao El Pais – é agravar a crise”.

Os socialistas espanhóis (PSOE) e em particular o novo líder do partido, Pedro Sanchez, têm sido ferozmente críticos da austeridade imposta pela UE, ao ponto de os seus eurodeputados não terem votado em Juncker para presidente da Comissão Europeia.

Entretanto, a dívida pública espanhola atingiu 97% do PIB, o nível mais alto do último século (a dívida soberana portuguesa é mais alta: 130% do PIB). Prevê-se que chegue muito perto dos 100% no final deste ano. Mas a posição do novo líder do PSOE sobre como enfrentar o problema da dívida soberana é bem diversa daquelas que predominam na esquerda portuguesa e também em alguns sectores mais à direita. “Não pagar a dívida pública – disse ele em entrevista ao El Pais – é agravar a crise”.

P. Sanchez percebe que divagações públicas sobre restruturar a dívida minam a confiança dos mercados na capacidade de o Estado espanhol a pagar, pelo menos integralmente. E sem essa confiança não haverá financiamento externo, de que a Espanha ainda necessita, a juros razoáveis.