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Francisco Sarsfield Cabral

Menos complacência com Putin

21 jul, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Acesso tardio dos observadores internacionais ao local da queda do avião da Malaysia Airlines compromete a investigação internacional às causas da tragédia.

Três dias depois da tragédia do avião malaio abatido no Leste da Ucrânia, os observadores internacionais ainda não tinham podido aceder ao local, que se estende ao longo de 15 quilómetros, onde se espalharam os restos do aparelho abatido e dos seus infortunados ocupantes. Os separatistas (e os seus mentores russos) tiveram assim tempo para dali retirarem matéria de prova do que se passou.

Por isso, uma investigação internacional às causas da tragédia está desde já comprometida.

Mas é isso mesmo que incrimina os rebeldes e, ainda mais, Putin. O caso prejudica a estratégia de Moscovo de desestabilizar a Ucrânia com pequenos e discretos passos. O mundo inteiro ficou agora chocado.

E já não será possível aos países da União Europeia menos ameaçados por Putin opor-se a sanções à Rússia, como se opôs a ministra dos Negócios Estrangeiros da Itália. Resta-lhe desistir de suceder a Catherine Ashton na condução da política externa e de segurança da UE, se é que ela existe. Este trágico caso representa um abalo na complacência europeia e, em menor grau, americana, face a Putin.