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Francisco Sarsfield Cabral

O presidente Juncker

16 jul, 2014

O luxemburguês nem é uma personalidade excepcional nem é próximo de quem realmente hoje manda na UE, Angela Merkel.

Como se esperava, Jean-Claude Juncker foi confirmado no Parlamento Europeu como presidente da Comissão Europeia. O que irá mudar? Provavelmente, nada de relevante.

Juncker é um homem do “establishment”, avesso a grandes alterações. Depois, ainda que ele por hipótese quisesse mudar coisas, a crescente fraqueza da Comissão Europeia face aos governos pouco lhe permitiria fazer.

Claro que, no papel, a Comissão tem hoje mais poderes, em particular para vigiar os orçamentos dos Estados-membros. Mas a crise financeira global, primeiro, e a crise das dívidas soberanas na zona euro, depois, mostraram que o processo de decisão na UE é cada vez mais intergovernamental, marginalizando a Comissão.

Jacques Delors foi um grande presidente da Comissão não apenas porque se revelou um político excepcional como também porque tinha a apoiá-lo os líderes da França (Mitterrand) e da Alemanha (Kohl).

Juncker nem é uma personalidade excepcional nem é próximo de quem realmente hoje manda na UE, Angela Merkel. Expectativas baixas, portanto, para a presidência de Juncker.