O trabalho em questão

Há décadas atrás dizia-se que, graças ao progresso tecnológico, o trabalho humano seria cada vez menos necessário. Era a “sociedade do lazer” no horizonte. Hoje a preocupação é inversa: receia-se que a generalização da informática e da robótica levem a forte desemprego, não se repetindo o que aconteceu na revolução industrial (as máquinas destruíram empregos, mas – a prazo – criaram muitos mais). Temos, assim, a perspectiva de uma sociedade de lazer, mas forçado.

Simultaneamente, o papel crescente das novas tecnologias na vida económica aumenta as disparidades de rendimentos entre os que se se movem à vontade nessa esfera e os info-excluídos. Regressam as desigualdades, que o capitalismo industrial reduzira ao trazer o proletariado para a classe média.

O trabalho é um direito não apenas para se ganhar a vida mas também para a realização das pessoas. Mas quantas gostam do trabalho que fazem? Decerto que diminuiu o peso do esforço corporal no trabalho, mas muitos ainda o sentem apenas como uma necessidade penosa. Problemas do séc. XXI.