A expansão do consumo privado já supera o crescimento da economia. Mas há que lembrar que a recuperação económica do país é lenta, com taxas previstas de crescimento inferiores a 2% para os próximos tempos.
As famílias portuguesas reagiram mais rapidamente do que o Estado e as empresas à crise dos últimos anos, reduzindo o seu consumo. Entretanto, a recessão acabou em Portugal e a economia dá sinais de recuperação. Mas recuperação lenta, com taxas de crescimento inferiores a 2% previstas para os próximos tempos.
Por isso, a retoma do consumo privado parece algo exagerada, pelo menos em alguns sectores. O indicador do consumo privado do Banco de Portugal atingiu em Março o valor mais alto desde Agosto de 2010.
O crédito ao consumo subiu mais de 20% no último trimestre de 2013, relativamente ao quarto trimestre de 2012. A expansão do consumo privado já supera o crescimento da economia.
No primeiro trimestre deste ano, a venda de carros em Portugal teve a maior subida da UE, mais de 40% face há um ano atrás, quando – é certo – essa venda era muito baixa. E mais de um mês antes da Páscoa estavam esgotados os voos “low cost” para o estrangeiro (incluindo Brasil e Caraíbas).
Há o risco de a necessária retoma do consumo privado vir a revelar-se um tanto excessiva.