Défice de representatividade

Alexandre Soares dos Santos, ex-presidente da Jerónimo Martins, deu ontem uma entrevista a Raquel Abecasis, na Renascença. Sendo um dos – poucos – grandes empresários portugueses, o que diz A. S. dos Santos merece sempre ser escutado, concorde-se ou não com ele.

Entre muitos outros pontos, Alexandre Soares dos Santos lamentou não se sentir representado no Conselho de Concertação Social, em geral, e na CIP, em particular. Afirmou que a CIP não fala com os empresários, que já deveria ter apresentado um programa de recuperação económica para Portugal (o que implicaria reunir previamente com os empresários, para conhecer o que pensam), que falta um Congresso da Indústria.

Talvez por causa deste défice de representatividade, ninguém encarou a subscrição pelo presidente da CIP do recente “manifesto dos notáveis” sobre a reestruturação da dívida pública portuguesa como exprimindo algo mais do que um ponto de vista pessoal, não envolvendo a opinião dos empresários.

A fraqueza das nossas instituições, públicas e privadas, leva à fulanização do debate público.