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Francisco Sarsfield Cabral

O preço da segurança

11 mar, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A ameaça de ataques terroristas impõe precauções, muitas delas desagradáveis para os consumidores e utentes dos transportes. Mas é um preço menor do que medidas como a limitação da privacidade através de escutas.

Muitos mistérios permanecem quanto ao desaparecimento do avião que partiu de Kuala Lumpur, capital da Malásia, com destino a Pequim. Mas um facto é conhecido: eram falsos pelo menos dois passaportes de passageiros embarcados nesse voo. A Interpol confirmou que esses passaportes haviam sido roubados e que isso consta da sua base de dados.

As autoridades do aeroporto da Malásia não terão consultado essa base. O que levaria tempo, até porque teria de envolver todos os passaportes. Mais um incómodo para os passageiros. Mas possivelmente teria salvo a vida de 239 pessoas.

A ameaça de ataques terroristas impõe precauções, muitas delas desagradáveis. Mas é um preço a pagar pela segurança. De qualquer maneira, trata-se de um preço menor do que outras medidas de segurança anti-terrorista, como a limitação da privacidade através de escutas ou a detenção de suspeitos sem culpa formada e por tempo indefinido (como ainda acontece em Guantánamo).

Sem exageros securitários, há que levar a sério a ameaça terrorista.