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Francisco Sarsfield Cabral

O sexo e o mercado

28 fev, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Curiosamente, muitos dos defensores da prostituição como uma profissão igual às outras são ferozes adversários do mercado. Mas muita gente começa a dar-se conta de que vender o próprio corpo não é aceitável.

A prostituição é considerada um trabalho como qualquer outro na Holanda, na Alemanha e noutros países. As prostitutas estão aí sujeitas a impostos, têm segurança social, etc.

Mas num país que não é conservador em matéria de costumes, a Suécia, os clientes de prostitutas foram considerados criminosos desde o fim do séc. XX. As prostitutas não são criminalizadas, mas a sua “profissão” não é reconhecida pelo Estado sueco.

O modelo sueco tem provado bem, sendo apoiado pela maioria da população do país. E já foi adoptado pela Noruega, a Islândia e, há dias, pela França.

Esta semana, o Parlamento Europeu aprovou uma recomendação, sem força de lei, emitida pela sua Comissão para os Direitos da Mulher, apelando a criminalizar a compra de sexo a menores de 21 anos.

Esta evolução mostra que muita gente começa a dar-se conta de que vender o próprio corpo não é aceitável. É mercantilizar o sexo, algo que faz parte da pessoa, que assim se degrada.

Curiosamente, muitos dos defensores da prostituição como uma profissão igual às outras são ferozes adversários do mercado. Incoerências…