Londres não quer que a Escócia volte a ser independente, mas não se opõe à consulta popular. Existem na Europa casos raros que revelam maturidade democrática.
A Espanha é um Estado plurinacional, com algumas das nações aspirando à independência, como a Catalunha e o País Basco. Também o Reino Unido integra várias nações. Uma delas, a Escócia (independente até 1707), decidirá em referendo, em Setembro próximo, se permanece ou não no Reino Unido.
Referendo semelhante quer realizar o governo autonómico da Catalunha, mas Madrid considera-o inconstitucional.
Londres quer que a Escócia não volte a ser um Estado independente – mas não se opõe ao referendo, ao contrário do que acontece com Madrid face à Catalunha. E ao contrário da longa resistência militar inglesa à independência da Irlanda. As sondagens mostram que a maioria dos escoceses votará contra a independência, mas as sondagens podem enganar-se.
Já houve separações pacíficas. A Eslováquia separou-se da República Checa em 1993. A Noruega tornou-se independente da Suécia em 1905. E o Canadá permitiu um referendo em 1980 no Quebec sobre ficar ou sair – o “ficar” ganhou.
Estes são casos raros, que, como o referendo na Escócia, revelam maturidade democrática.