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Francisco Sarsfield Cabral

Política à italiana

17 fev, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

À semelhança de Portugal, em Itália existem grande pressões corporativas para que nada mude. Qual será a intenção de Matteo Renzi, de 39 anos?

Enrico Letta, do Partido Democrático (PD, centro-esquerda) era primeiro-ministro de Itália desde Abril de 2013, liderando uma coligação. Antes, o líder do PD Pier Luigi Bersani demitira-se por não ter conseguido formar governo. Sucedeu-lhe, em Dezembro, o jovem presidente da câmara de Florença Matteo Renzi.

De início Renzi não levantou problemas ao primeiro-ministro Letta. Mas depois começou a mostrar desconforto com a lentidão das reformas de Letta. Na semana passada Renzi declarou querer substituir Letta na chefia do Governo. Letta não queria sair, mas acabou por se demitir, por já não ter o apoio do PD.

Esta crise dentro do mesmo partido pode significar duas coisas. Renzi, de 39 anos, poderá ter sido movido apenas pela ambição. Ou talvez queira mesmo reformar a Itália, apesar das enormes resistências dos interesses instalados. Se prevalecer a segunda alternativa será a Itália a ganhar.

O caso interessa-nos, pois a economia italiana estagnou, tal como a nossa, depois da entrada no euro. E as pressões corporativas para nada mudar são parecidas com as que existem em Portugal.