Dentro e fora

António Capucho e Marco Almeida, militantes do PSD, foram expulsos do partido. O Conselho de Jurisdição do PSD votou por unanimidade esta expulsão, por ambos se terem candidatado contra o partido, em Sintra, nas últimas eleições autárquicas.

Fundador do PSD, Capucho foi secretário-geral do partido, líder parlamentar do PSD, governante, vice-presidente do Parlamento Europeu, presidente da Câmara de Cascais, etc. – uma notável folha de serviço.

Capucho queixa-se agora de ser perseguido pelo seu partido, que acusa de já não ser social-democrata. Capucho pode ter toda a razão, mas os estatutos do PSD não deixam dúvidas quanto à sanção a aplicar aos militantes que se candidatem contra o partido. Aliás, por esse motivo já foram expulsos cerca de cem militantes.

Admito que Capucho tenha lutado dentro do partido contra políticas e atitudes com as quais não concordava. Não tendo conseguido mudar o PSD, deveria sair do partido pelo seu pé. Ficar dentro e fora é que não. Até por não ser bonito um destacado militante atacar ferozmente um governo do seu próprio partido.