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Francisco Sarsfield Cabral

Difícil, mas indispensável

06 fev, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A marginalização de Seguro pelo Governo durante dois anos deu força aos adversários do líder socialista dentro do partido, que abominam consensos com o PSD de Passos.

Foi um erro político de Passos Coelho não ter, logo em 2011, associado o PS ao programa de ajustamento negociado com a “troika” por um governo… do PS. A marginalização de Seguro pelo Governo durante dois anos deu força aos adversários do líder socialista dentro do partido, que abominam consensos com o PSD de Passos.

Tornou-se assim difícil alcançar um consenso envolvendo PSD, CDS e PS, a menos que primeiro haja eleições. Mas nada indica que as haverá antes do final do programa de ajustamento, em Maio. Ora depois terá Portugal de se financiar nos mercados a juros comportáveis.

O nível dos juros que nos exigirão os credores dependerá da confiança que tiverem na nossa capacidade para pagar o que devemos. Se os credores virem os três partidos do “arco da governação” comprometidos quanto a metas do défice do Estado e da dívida pública nos próximos dez a quinze anos, essa confiança será obviamente maior do que sem um compromisso. Basta lembrar como subiram os juros quando da crise política governamental no princípio de Julho passado. Um consenso é difícil, mas indispensável.