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Francisco Sarsfield Cabral

Ucrânia explosiva

28 jan, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O jogo prossegue. O presidente fez algumas concessões, mas os seus opositores não acreditam na sua boa fé ou seriedade, pois sabem que Yanukovych é corrupto e terá sido comprado por Vladimir Putin, de uma maneira ou de outra.

Depois de, no fim de Novembro, o presidente ucraniano Yanukovych ter recusado um acordo comercial com a União Europeia, preferindo ceder a Putin, escrevi aqui que “a Rússia meteu um golo à UE, mas o jogo está longe de ter terminado” (2 de Dezembro de 2013). De facto, o jogo não acabou.

Há mais de dois meses que, apesar do frio intenso, da chuva e da neve, e apesar da violenta repressão policial (já se contam vários mortos), se multiplicam as manifestações contra o presidente da Ucrânia e a favor de uma ligação à UE, alastrando a outras cidades além da capital, Kiev.

Em Outubro passado, uma sondagem dizia que 45% dos ucranianos queriam aproximar-se da Europa comunitária, contra apenas 14% que preferiam acolher-se à sombra da Rússia (a Ucrânia fez parte da União Soviética).

A situação é explosiva. No domingo passado, o Papa Francisco pediu o fim da violência na Ucrânia. Yanukovych já fez algumas concessões – mas os seus opositores não acreditam na boa fé nem na seriedade de um presidente que sabem ser corrupto. E que Putin provavelmente terá comprado, de uma maneira ou de outra.