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Francisco Sarsfield Cabral

Tecnologia e desemprego

23 jan, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

As actividades que empregam muita mão-de-obra já não são competitivas em Portugal e as que vão surgindo, tecnologicamente mais avançadas, empregam pouca gente. Mas o problema não é só português.

O desemprego baixou um pouco em Portugal. Infelizmente, mesmo que o crescimento económico arranque a sério, o número de desempregados não diminuirá para os níveis do passado. É que as actividades que empregam muita mão-de-obra - confecções ou cablagens, por exemplo – já não são competitivas em Portugal; e as que vão surgindo, tecnologicamente mais avançadas, empregam pouca gente.

Este não é um problema apenas português, é mundial, afectando por enquanto sobretudo os países desenvolvidos. Um estudo da Universidade de Oxford prevê que as novas tecnologias (informática, robots, etc.) eliminem nos próximos vinte anos 47% dos actuais empregos. Afectados serão sobretudo os empregos “de escritório”, ou seja, a classe média.

A Revolução Industrial também destruiu muitos empregos, substituídos por máquinas. Mas, a prazo, criou muitos mais. Será que nesta revolução informática que estamos a viver acontecerá o mesmo? Há quem tenha dúvidas e quem julgue que a recuperação do emprego levará mais tempo do que no séc. XIX. Seja como for, é um problema bicudo que temos pela frente.