“São os mais instruídos e os mais ricos que desvalorizam a justiça e solidariedade”, revela um estudo da Universidade Católica e do Instituto Luso-Ilírio. As pessoas não se sentem mais felizes com mais dinheiro e mais conhecimentos.
Quanto maiores são o rendimento e as habilitações dos portugueses, menor é a importância dada à solidariedade, à justiça e ao bem público. Esta é uma conclusão de um estudo da Universidade Católica Portuguesa e do Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano, divulgado há dias.
O coordenador do estudo, Lourenço Xavier de Carvalho, diz que “são os mais instruídos e os mais ricos que desvalorizam a justiça e solidariedade”.
Para este investigador, a tendência individualista de crescente indiferença pelo bem comum e pelo sofrimento dos outros, consoante sobe o grau de riqueza e de instrução, é fruto de uma educação cada vez mais técnica e competitiva.
As pessoas não se sentem mais felizes com mais dinheiro e mais conhecimentos. Em contrapartida, “uma família sólida passou a ser o mais importante objectivo da vida”.
Merece atenção este alerta para a desumanização em curso na nossa sociedade. A crise económica é uma faca de dois gumes: para uns relativizou a importância do dinheiro, evidenciando o essencial; para outros reforçou a nostalgia pelos bens materiais.