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Francisco Sarsfield Cabral

O terrorismo e os Jogos Olímpicos

03 jan, 2014

A ameaça terrorista, que é real na Rússia, dará provavelmente a Putin novos pretextos para acentuar o seu autoritarismo e para limitar as liberdades dos russos.

Falta pouco mais de um mês para começarem os Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, na Rússia. Os dois atentados suicidas em Volgogrado (antiga Estalinegrado), depois de um primeiro em Outubro, lançaram uma onda de nervosismo quanto à segurança nessa manifestação desportiva. Recorda-se o massacre nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, quando um ataque terrorista palestiniano matou onze atletas de Israel.

Creio que nenhuma tragédia desse tipo acontecerá durante os Jogos de Sochi. Não porque seja pequena a ameaça terrorista islâmica proveniente de algumas repúblicas autónomas integradas na Rússia. Mas porque será fortíssima a segurança que as autoridades russas estão a montar para esse evento de repercussão mediática mundial. Todos nos lembramos do que foi - e ainda é – a brutalidade do terrorismo checheno bem como da repressão russa.

Mas a ameaça terrorista, que é real na Rússia, dará provavelmente a Putin novos pretextos para acentuar o seu autoritarismo e para limitar as liberdades dos russos. A democracia liberal está ali cada vez mais distante.