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Francisco Sarsfield Cabral

Pelo bem comum

31 dez, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

A despesa pública beneficia muita gente – a maioria dos portugueses vive, em parte, directa ou indirectamente financiada pelo Estado.

Em democracia o Estado português nunca teve contas sustentadamente em ordem. Em contrapartida, nos últimos três anos a maioria das famílias alterou o seu estilo de vida, reduzindo o consumo e até poupando mais. Têm assim os cidadãos o direito de exigir uma melhor gestão dos dinheiros públicos.

Mas o que o Estado gasta vai para salários, pensões, obras públicas, etc. Ou seja, a despesa pública beneficia muita gente – a maioria dos portugueses vive, em parte, directa ou indirectamente financiada pelo Estado. Por isso é tão difícil cortar despesa pública; tem sido mais fácil, mas nocivo para a economia, subir impostos.

O bem comum do país está refém dos interesses de inúmeros grupos, mais ou menos corporativos, cada um opondo-se por todos os meios (incluindo o Tribunal Constitucional) às tentativas de cortar na despesa do Estado. Veja-se, por exemplo, a violenta reacção de pessoas qualificadas e pretensamente responsáveis à hipótese de sofrerem uma pequena baixa nas suas pensões de luxo. Daí que o meu voto para 2014 seja que, finalmente, triunfe o bem comum.