Subir a idade da reforma é um imperativo numa altura em que a natalidade baixa dramaticamente e a esperança de vida aumenta. Maior longevidade implica mais despesa do Estado em pensões e saúde. E em Portugal nasce muito pouco.
Em quase em todo o mundo as pessoas vivem hoje até mais tarde. É uma coisa boa – mas coloca problemas. É que, por exemplo, uma pessoa que se reforme aos 65 anos e viva até aos 90 recebe pensões durante 25 anos. E, ao longo desse quarto de século, irá ter mais cuidados de saúde do que quando era mais nova, como é natural.
Ou seja, a maior longevidade implica mais despesa do Estado em pensões de reforma e em saúde. Ora isto acontece numa altura em que a natalidade baixa dramaticamente.
Portugal apresenta, nessa área, uma das taxas mais baixas do mundo. Quer isto dizer que haverá no futuro – e já se nota no presente – menos gente a descontar para a Segurança Social e menos contribuintes a pagar impostos.
Daí que as novas gerações receiem, com razão, que, uma vez chegadas à velhice, não haja dinheiro para lhes pagar as pensões de reforma hoje em vigor nem os cuidados de saúde que agora ainda são apoiados pelo Estado.
Por isso, subir a idade da reforma em função do aumento da esperança de vida é, antes de mais, um imperativo de justiça entre gerações.