Nada como ter responsabilidades executivas, mesmo ao nível autárquico, para ver a realidade com outros olhos. Foi o caso de Bernardino Soares. E o PS, que aspira a ser governo, deveria pensar desde já na mudança radical do seu discurso.
Segundo a agência Lusa, o novo presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, admitiu dificuldades para pagar compromissos. E alertou para que a situação financeira da autarquia é grave.
“Existem muitos compromissos que já deviam ficar pagos este ano, mas que terão de transitar para 2014. A dimensão dos compromissos é tal que é impossível dar conta de tudo em 2013”.
Bernardino Soares pretende aferir as áreas onde podem ser “combatidos desperdícios”.
“Temos de procurar medidas que possam ajudar a reajustar os serviços da Câmara. Temos de ver onde podemos reduzir os custos”. Ele espera “uma gestão muito difícil e com decisões muito condicionadas”.
Este tipo de discurso seria impensável da parte de um Bernardino Soares, deputado do PCP, criticando no Parlamento as políticas de austeridade. O mesmo se poderá dizer de qualquer outro membro da oposição, a começar pelos socialistas.
Não há nada como ter responsabilidades executivas, mesmo a nível autárquico, para ver a realidade. O PS, que aspira a ser governo, deveria pensar na mudança radical de discurso que então será obrigado a fazer.