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Ribeiro Cristóvão

A malta é jovem

18 fev, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Com uma dose de coragem de que muitos certamente não estariam à espera, Jesualdo Ferreira lançou em campo sete jogadores provenientes da Academia de Alcochete, fazendo baixar a média de idades dos que foram chamados ao jogo para os 22 anos.

A malta é jovem

Na exibição do Sporting em Barcelos e a vitória que lhe correspondeu no desafio com o Gil Vicente, o treinador Jesualdo Ferreira deixou bem à vista o que pretende da equipa não só para o que falta cumprir do campeonato, mas igualmente para o médio prazo em que vai definir-se o futuro do futebol do clube de Alvalade.

Com uma dose de coragem de que muitos certamente não estariam à espera, o responsável leonino lançou em campo sete jogadores provenientes da Academia de Alcochete, fazendo baixar a média de idades dos que foram chamados ao jogo para os 22 anos.

Tratou-se de uma decisão destinada a alcançar dois objectivos essenciais: dar àquele grupo de jovens uma oportunidade para mostrarem se têm realmente valor para aspirar à titularidade num clube com objectivos elevados e, por outro lado, fazer um aviso à legião estrangeira que se instalou em Alvalade há largos meses no sentido de, de uma vez por todas, demonstrar se é ou não capaz de corresponder às exigências que sobre ela têm recaído desde a sonante contratação da maioria dos seus integrantes.

Para já, Jesualdo Ferreira ganhou esta primeira aposta e, com ela, um forte crédito da grande maioria dos associados e adeptos leoninos.

Resta saber até que ponto a drástica decisão de Barcelos tem continuidade nos desafios que se seguem, e se a maioria dos jovens que agora surpreenderam pela positiva são capazes de o continuar a fazer nos compromissos que vão seguir-se.

A verdade é que se vislumbra por ali muita qualidade a cujo desenvolvimento é no entanto necessário dar tempo e conceder alguma paciência, mesmo nos momentos em que as coisas possam não correr tão bem quanto seria desejável.

Do mesmo modo será de todo conveniente que o acto eleitoral que se aproxima, antecedido de uma campanha que se deseja o mais tranquila possível, não venha a interferir no processo agora desencadeado por um treinador experiente, capaz de lançar as bases de um futuro que, está mais do que provado, não deverá passar por novas incursões nos mercados estrangeiros, onde o Sporting pouco mais tem colhido do que enormes desilusões, hipotecando a sua sobrevivência.

Chegou o tempo de dar oportunidades à malta jovem. Que a há, em abundância, na velha e sempre reconhecida boa escola de Alvalade.