Momentos do ano

Quase a chegar ao fim, o ano de 2012 não nos permite guardar memórias de alto significado no plano desportivo. Não se deve, pois, apostar no futuro com base em meia dúzia de factos relevantes que cabem em poucas linhas.

Em ano de Campeonato da Europa de Futebol e de Jogos Olímpicos esperava-se um saldo bem mais positivo. Daí que, uma só medalha de prata, na canoagem, ganha pela dupla Emanuel Silva e Fernando Pinto, represente um fraco pecúlio como retorno para um investimento que os novos tempos obrigam a repensar.

No futebol caseiro, há duas conquistas dignas de registo: o Futebol Clube do Porto voltou a ser campeão nacional fechando o caminho ao Benfica, o outro pretendente, que se ficou por novo triunfo na ainda mal aceite Taça da Liga; e a vitória da Académica de Coimbra na final da Taça de Portugal, setenta e três anos depois da primeira e até aí única conquista.

O triunfo dos estudantes teve sobretudo o grande mérito de premiar o esforço de um grupo que poucos ousavam apontar como favorito, ao mesmo tempo que deixava ainda mais à vista o acentuado descalabro em que entrara a equipa do Sporting e a levou para o beco sem saída onde se mantém nos últimos dias do ano, e ameaça continuar por mais tempo.

O árbitro Pedro Proença emerge como uma das figuras mais destacadas do ano.
Escolhido para dirigir a final da Liga dos Campeões, entre Bayern de Munique e Chelsea, tornou-se também no primeiro juiz português a dirigir uma final do Campeonato de Europa, disputada por Itália e Espanha, que os espanhóis venceram de forma inquestionável.

De 2012 sobra ainda a irregular carreira da selecção portuguesa na fase de apuramento para a fase final do Mundial a disputar daqui por dois anos no Brasil, depois de uma brilhante participação no Campeonato da Europa.

Espera-se que o ano que está a chegar permita inverter a tendência que agora se regista, e possamos embalar definitivamente para a grande festa em que promete transformar-se a próxima reunião mundial no país do futebol.