Emissão Renascença | Ouvir Online

Ribeiro Cristóvão

Noite insólita

26 out, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Do Marítimo e da Académica não se esperavam grandes feitos. Quanto ao Sporting, tivemos apenas mais do mesmo.

Noite insólita

Depois da jornada de fraco proveito na Champions, os três jogos da Liga Europa vieram adensar ainda mais o quadro já difícil em que começam a colocar-se as equipas portuguesas que participam nas duas competições da UEFA.

Só o Futebol Clube do Porto conseguira vencer, mas aos três pontos que conquistou frente aos ucranianos do Dínamo de Kiev, apenas o Marítimo logrou ontem juntar um pouco mais a essa conquista que veio confirmar, uma vez mais, serem os dragões os mais capazes de não desperdiçarem os pergaminhos alcançados na Europa.

Ontem, do Marítimo e da Académica não se esperavam grandes feitos. Reconhecido o valor dos adversários sabia-se das dificuldades de ambos, pelo que apenas seria de esperar que procurassem evitar descalabros.

Esse objectivo foi alcançado. Os madeirenses superaram-se até em muitos momentos do jogo com os bordaleses, tiveram mais iniciativa, esbarrando apenas com a dificuldade de transformar as oportunidades em golos.

Já os estudantes estavam bem cientes do que os esperavam. Defrontar o detentor do troféu, que também atravessa um extraordinário momento de afirmação, apresentava-se como uma tarefa quase ciclópica que, no entanto, a briosa se saiu sem envergonhar.

Quanto ao Sporting, tivemos apenas mais do mesmo. Nova derrota, a quarta consecutiva, facto quase inédito no historial de tão prestigiado clube e, provavelmente, o adeus prematuro à competição onde entrara com justificadas ambições, face aos adversários que lhe haviam cabido em sorte.

O novo treinador dos leões, que ontem assistiu ao jogo na Bélgica, terá encontrado na exibição da equipa que daqui a poucos dias passará a orientar, fartos motivos de preocupação. Aguarda-se, pois, com grande expectativa a entrada em funções para se ficar a saber se é realmente capaz de inverter a situação que trouxe a equipa até à beira do abismo.

Mas, no Sporting, há mais coisas a necessitarem de mudança. De forma mais acentuada a mentalidade reinante entre algumas das suas figuras mais proeminentes, ou que se querem fazer valer como tal, adoptando uma nova e diferente filosofia de vida, sobretudo a de deixarem de ser intervenientes num processo para o qual só têm contribuído negativamente.

No futebol, houve já lugar a alguma limpeza. Mas ainda falta um longo caminho, para que o Sporting volte a ser o grande clube que a todos habituou ao longo de mais cem anos de história.