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Ribeiro Cristóvão

Um murro na mesa

23 out, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Luís Duque e Carlos Freitas são as mais recentes e significativas baixas numa equipa que parecia destinada a trazer de volta o prestígio e o sucesso do emblema do leão mas que, afinal, apenas contribuiu para delapidar ainda mais o seu já depauperado tesouro.

Um murro na mesa

Godinho Lopes tem vindo a desfazer-se de alguns activos que muito terão contribuído para a sua eleição como presidente do Sporting vai para um ano e meio.

Luís Duque e Carlos Freitas são as mais recentes e significativas baixas numa equipa que parecia destinada a trazer de volta o prestígio e o sucesso do emblema do leão mas que, afinal, apenas contribuiu para delapidar ainda mais o seu já depauperado tesouro.

Por esta ordem, e a partir de 1 de Fevereiro, abandonaram Alvalade os dirigentes Carlos Barbosa e Paulo Pereira Cristóvão, os treinadores Domingos e Sá Pinto, e os gestores do futebol aos quais ontem foi mostrada a porta de saída, quando já tudo fazia indicar que a paciência do Presidente do Clube tinha atingido todos os limites.

Um verdadeiro pesadelo que dura há oito meses, sem que os resultados desportivos ajudem a atenuar uma situação insustentável, e agravada pelos problemas financeiros, cuja solução continua difícil de encontrar.

Os investidores sempre prometidos não dão sinal de vida, a crise ajuda ao descalabro, a distância para o abismo encurta-se a cada dia que passa.

No meio de tudo isto, coloca-se também a situação do treinador. Sabendo-se que Oceano é apenas uma solução de recurso, aumenta a inquietação dos adeptos, que gostariam de ver este problema solucionado a curto prazo.

Só que a dificuldade em encontrar um técnico com credenciais começa em problemas de tesouraria, os quais podem determinar a permanência de Oceano por muito mais tempo do que o previsto.

Acossado de vários lados e com um incómodo Conselho Leonino previsto para amanhã, Godinho Lopes decidiu dar um murro na mesa que poderá ser o prenúncio de um novo tipo de comando que mais se adapte às necessidades do Sporting.

Um clube que gastou em dois anos 70 milhões de euros em contratações sem resultados visíveis, não podia continuar a entregar essa delapidação a gestores de tão duvidosa qualidade.

Os próximos dias vão certamente ajudar a clarificar muitas dúvidas que subsistem. E será também o momento em que vai ficar ou não demonstrado se o actual Presidente continua a ter condições para comandar uma nau que tem andado à deriva, mas que pode, de repente, encontrar um rumo novo que a ajude a navegar em mar menos encapelado.