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Ribeiro Cristóvão

Ciao Mr. Platini

29 jun, 2012 • Ribeiro Cristóvão

O falhado prognóstico, mais um, do dirigente máximo do futebol europeu não deixa de constituir uma nova recomendação a Michel Platini, aconselhando-o a manter a imagem de imparcialidade que deve estar permanentemente associada ao cargo que desempenha.

Ciao Mr. Platini

As pretensões expressas pelo Presidente da UEFA, que apontavam para uma final entre a Alemanha e a Espanha, caíram ontem pela base em consequência da vitória alcançada pela selecção italiana no segundo desafio das meias-finais.
 
O falhado prognóstico, mais um, do dirigente máximo do futebol europeu não deixa de constituir uma nova recomendação a Michel Platini aconselhando-o a não incorrer na tentação de se adiantar aos acontecimentos e, sobretudo, a manter a imagem de imparcialidade que deve estar permanentemente associada ao cargo que desempenha.

A Itália foi implacável e deitou por terra todo o favoritismo germânico mercê de uma estratégia bem montada e da influência de alguns dos seus jogadores mais decisivos, confirmando a solidez da renovada aposta de Cesare Prandelli no futebol de ataque, do qual Balotelli foi expoente maior com a obtenção de dois golos de grande qualidade e não menor espectacularidade.

Não parece ser, pois, por acaso, que persiste a longa tradição de 92 anos sem que a Alemanha tenha conseguido uma vitória sequer sobre a Itália, em competições internacionais. E em relação aos campeonatos dos mundo, basta evocar que aconteceu entre as duas selecções nas edições do México em 70, da Espanha em 82, e da Alemanha em 2006. 

Dois países a contas com graves problemas económicos, Espanha e Itália vão agora, neste domingo, fazer uma breve pausa nas suas preocupações, permanecendo presos às imagens da final, a disputar em Kiev.

Para os espanhóis, não foi uma boa notícia a chegada dos italianos à final do Euro 2012. Para já, um sentimento de medo emana das opiniões dos comentadores do outro lado da fronteira, para os quais, tal como Platini, seria preferível defrontar a Alemanha na final.

É que Portugal demonstrou que é possível desmontar o sistema repetitivo e tantas vezes aborrecido dos comandados de Vicente del Bosque.

Mais pragmáticos e mais matreiros, os italianos reúnem agora sérias condições para interromper o ciclo vitorioso que a Espanha tudo fará para ver prolongado.