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Ribeiro Cristóvão

A ferros

14 jun, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Confirma-se a sempre propalada ideia de que estávamos perante o grupo da morte, composto por algumas das selecções mais fortes que demandaram à Ucrânia e à Polónia.

A ferros

Aquele que foi denominado o Dia D está, felizmente, ultrapassado com sucesso. Mas, porque o campeonato não pára e as dificuldades não diminuíram de intensidade, outro vem já a caminho, com a Holanda a perfilar-se como um obstáculo tão ou mais difícil do que os anteriores.

Confirma-se a sempre propalada ideia de que estávamos perante o grupo da morte, composto por algumas das selecções mais fortes que demandaram à Ucrânia e à Polónia. Os jogos a que já assistimos confirmam essa asserção.

E, perante os resultados registados, até acontece uma singular particularidade: a uma jornada do fim da fase de grupos, não há uma só selecção qualificada para os quartos-de- final, ao mesmo tempo que qualquer das quatro ainda pode aspirar à passagem a essa fase, incluindo a própria Holanda, apesar de até agora não ter conquistado um só ponto.

É o eterno fado do futebol português, condenado a fazer contas até ao último apito, sempre que entra numa grande competição internacional.

Apesar disso, as emoções vividas durante o jogo de ontem confirmam que vale a pena suportar a ansiedade agora recriada.

O jogo com os holandeses apresenta-se-nos com o mesmo grau de dificuldade mas, como ontem ficou demonstrado, a selecção portuguesa pode ser capaz de repetir a proeza que, a determinada altura, pareceu impossível aos comandados de Paulo Bento, sobretudo quando, a poucos minutos do fim, pareciam condenados a um regresso prematuro.

Num jogo nem sempre bem jogado mas intenso, há alguns jogadores a merecer destaque, embora nem todos por idênticas razões: desde logo Pepe, que tem sido a “alma” desta selecção, pelo golo que marcou e pela capacidade de luta que evidencia e parece não ter limites; Varela, de quem Paulo Bento lançou mão em momento de aperto e se tornou decisivo; Cristiano Ronaldo, porque tarda em aparecer, sobretudo nos momentos em que a selecção dele mais precisa. Falhar golos, como ontem aconteceu, não faz parte da sua imagem de marca, nem contribui para a conquista da sempre tão desejada Bola de Ouro.

Oxalá o jogo de domingo o ajude a recuperar a estabilidade de que tanto precisa e da qual, até aqui, não tem sido capaz de dar mostras.