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Ribeiro Cristóvão

Alargamento

17 jan, 2012 • Ribeiro Cristóvão

"Apesar de a relação de forças se ter invertido na Liga de Clubes, e a partir daí ser possível gerar-se um movimento tendente a fazer triunfar o projecto, caberá sempre à Federação, em última instância, escolher a via a seguir de acordo com os normativos do novo Regime Jurídico".

Quem ouviu falar em possível alargamento do quadro de clubes que actualmente disputam os campeonatos profissionais de futebol não deve ter evitado um sorriso sarcástico pensando tratar-se de uma brincadeira de carnaval, cujo tempo se aproxima a passos largos.

O tema tem sido, aliás, objecto de discussão nacional depois de o novo Presidente da Liga de Clubes ter anunciado ser essa uma das suas mais firmes promessas eleitorais a par da melhoria de condições para os clubes mais pequenos no acesso às receitas televisivas.

A ajuda que possa vir a ser prestada aos clubes com menores recursos e possibilidades de chegarem às fontes de financiamento será sempre bem vinda. 

Juntamo-nos, por isso, ao coro que tem sido feito pela esmagadora maioria dos comentadores, por se entender que só desta forma poderá ser aliviado o sufoco em que vivem muitos dirigentes, e que ameaça estrangulá-los a muito curto prazo.

Já o mesmo não pode ser dito em relação ao agora tão propalado alargamento.

A medida, a ser levada por diante, em nada beneficiaria os campeonatos no plano competitivo, arrastando ainda consigo a dúvida sobre se de tal facto colheriam quaisquer benefícios.

Apesar de a relação de forças se ter invertido na Liga de Clubes, e a partir daí ser possível gerar-se um movimento tendente a fazer triunfar o projecto, caberá sempre à Federação, em última instância, escolher a via a seguir de acordo com os normativos do novo Regime Jurídico.

Por tudo isto, a mais oportuna recomendação aponta para que se embainhem de novo as espadas, para que seja permitido abrir espaço a um debate sério, aberto a todos os parceiros interessados no negócio do futebol.

E, concluído este, chegar-se-à por certo à conclusão de que é preferível tudo continuar como está.

É que, para pior, já basta assim.