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Ribeiro Cristóvão

À tangente

12 dez, 2011 • Ribeiro Cristóvão

Os três grandes, que lideram sem surpresa, a classificação do campeonato português, passaram este fim de semana, todos eles, por evidentes dificuldades.

À tangente

Os três grandes, que lideram sem surpresa, a classificação do campeonato português, passaram este fim-de-semana, todos eles, por evidentes dificuldades. Não foram capazes de ganhar os desafios em que tomaram parte por mais de um golo de diferença, e em todos os casos a atrapalhação foi visível até ao último apito dos árbitros.

Começou com o Futebol Clube do Porto em Aveiro, que esteve em desvantagem mas conseguiu recuperar, para quase deixar fugir uma vitória escassa a poucos segundos do fim, passou pelo Sporting que, em Alvalade, sentiu um enorme sufoco nos últimos minutos mesmo estando a jogar contra dez, e terminou com o Benfica, na Madeira, onde dificilmente só encontrou o buraco da fechadura quando tudo já parecia apontar para um empate.

É uma nota de equilíbrio que ganha cada vez mais força, com as equipas de menor dimensão a baterem o pé aos mais fortes, e a darem ao campeonato o grau de competitividade que esteve ausente durante muitos anos.

Aliás, esta tendência já se acentuara nas mais recentes eliminatórias da Taça de Portugal, durante as quais ficaram pelo caminho dois dos clubes que maior número de presenças tem registado em finais dessa competição. Com Benfica e Futebol Clube do Porto fora da corrida, o caminho parece agora mais facilitado para os leões, mas não se pense que o registo de uma nova conquista destes é já um dado adquirido. Muito pelo contrário.

No fundo, tudo isto resulta num bom prenúncio para a meia temporada que temos pela frente, e durante a qual nos estão certamente reservadas muitas e agradáveis surpresas. O equilíbrio de forças que é cada vez mais evidente, e isso só faz com que fiquem todos a ganhar. O que é também desejável numa altura em que o futebol português, sob nova orientação, a nível das suas cúpulas, vai iniciar um ciclo que se augura de mudança, que aliás os gestores agora eleitos têm apregoado com inusitada frequência.

Com a unidade que ficou patente nas escolhas do último sábado, apesar de algumas intromissões provocadas por um discutível método eleitoral, o que se espera é que a nova Federação Portuguesa de Futebol actue a uma só voz, e acabem as capelinhas que tanto têm prejudicado o desenvolvimento e aperfeiçoamento de todas as suas estruturas.

A partir de agora ninguém poderá queixar-se da falta de competências para exercer um mandato destinado a protagonizar as grandes transformações que os novos tempos exigem.