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Pelotão Compacto

26 set, 2011 • Ribeiro Cristóvão

Adaptando ao futebol e ao nosso campeonato principal uma expressão utilizada com frequência no ciclismo, bem pode dizer-se que, com a sétima jornada à vista, temos um pelotão compacto no topo da classificação. 

Pelotão Compacto
Mais distanciadas três equipas, mas com outras tantas a seguir-lhes no encalço e a prenunciar que estão disponíveis para encurtar distâncias, tão depressa quanto as circunstâncias o permitam.
 
Não era previsível que, nesta altura, tal situação viesse a tornar-se muito provável. O arranque do Futebol Clube do Porto, com quatro vitórias consecutivas, cedo começou a deixar indicações de que poderíamos vir a ter mais do mesmo, se entretanto não viesse a haver quem revelasse capacidade de lhe travar a marcha, sobretudo aqueles que pareciam mais apetrechados para o fazer.
 
O arranque deficiente do Benfica e do Braga, juntando-lhes o desastre em que o Sporting se transformou desde a primeira jornada, contribuíam deste modo para avivar essa dúvida que, pouco depois, os próprios portistas se encarregaram de desfazer.
 
O empate consentido em Aveiro frente ao Feirense, e a incapacidade para derrotar o Benfica logo na jornada seguinte, alteraram todos os cenários e acabaram por trazer a pitada de sal que começava a faltar numa competição até aí sem grandes surpresas.
 
Face aos desfechos do fim de semana deparam-se-nos agora novas perspectivas, podendo repetir a ideia de alguns técnicos, segundo os quais agora é que o campeonato vai começar.
 
Mais do que algum ascendente do Benfica denunciado através de razoáveis exibições, o principal registo vai para o Sporting de Braga, que persiste em se manter na cabeça da corrida, e com fortes possibilidades de repetir os sucessos da temporada anterior, também a nível internacional.
 
Merece igualmente destaque o Sporting, que começa a deixar indicações de que está, finalmente, a sair da letargia em que se encontrou mergulhado durante semanas a fio. Mais do que o resultado, a exibição frente ao Vitória de Setúbal, um adversário por tradição muito complicado, permitiu desfazer certas dúvidas, deixando perceber que o seu treinador começa, finalmente, a ser capaz de construir uma equipa coesa, solidária e com algum sentido de jogo.
 
O futuro irá encarregar-se de confirmar ou não esta mudança para melhor, quando chegar a hora de defrontar adversários de maior gabarito.
 
De momento é justo acentuar esta nota positiva: o campeonato regressou, e promete fugir a uma sensaboria semelhante àquela que tivemos há apenas um ano.