24 ago, 2015 • Pedro Azevedo
Arouca, concelho localizado no extremo nordeste do distrito de Aveiro, está em festa com a liderança inédita da I Liga Portuguesa, ao cabo de duas jornadas. A equipa arouquense, que em 2006/07 actuava nos campeonatos distritais, teve um trajecto meteórico no futebol nacional, entrando para os quadros da Liga principal no Verão de 2013.
Com a vitória alcançada frente ao Benfica, o Arouca é o protagonista inesperado no arranque de temporada 2015/16, depois de um defeso marcado por um agitado mercado de transferências de jogadores e treinadores que indiciava um domínio avassalador dos três grandes. Puro engano. Passadas duas jornadas, os três crónicos candidatos ao título já perderam pontos. E se a primeira ronda disfarçou algumas deficiências, a segunda pôs a nu uma realidade comum a Benfica, FC Porto e Sporting: as máquinas ainda não estão afinadas e há lacunas por preencher nas equipas.
Os treinadores que repetidamente garantiram satisfação pelos plantéis que dispunham, afinal já correm apressados, a caminho de um mercado nesta altura com as prateleiras mais vazias e inflacionadas. E os mais pequenos assistem de palanque com a ilusão legítima de a qualquer momento um outro Arouca poder tombar um grande.
Os orçamentos não ganham jogos e os maiores clubes portugueses deveriam ser os primeiros a saber dessa transcendência do futebol pelos desempenhos nas provas da UEFA ao longo dos anos.