Tempo
|

Ribeiro Cristóvão

Decifrar o enigma

17 jul, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Luís Duque e Pedro Proença são os candidatos à Liga de Clubes. Uma luta de galos, que não se sabe como irá terminar. Quanto às galinhas, por enquanto ainda ninguém as ouviu cacarejar.

Estão à porta as eleições na Liga de Clubes, marcadas para o próximo dia 28, com uma luta até há pouco imprevista no horizonte protagonizada por dois candidatos os quais estão ainda tempo de contar espingardas. Uma luta centrada nos árbitros, o eterno nó górdio da nossa futebolite.

Luís Duque já avançou com o propósito de se recandidatar, contando para isso com a força do voto do Benfica, enquanto o ex-árbitro Pedro Proença, impulsionado por apoios de peso como são os do FC Porto e do Sporting, está a ultimar outros contactos para assim poder aferir das possibilidades de sucesso nesta sua primeira aventura depois de ter colocado de lado o apito.

Luís Duque, há que reconhecer sem dificuldades, fez regressar a Liga à vida, depois da agonia em que havia sido lançada pela gestão ruinosa de Mário Figueiredo. Inclusive, fica a dever-se à sua intervenção o facto de a Liga de Honra voltar a ter o parceiro que lhe faltou durante toda a época passada.

Porém, no entendimento de Pinto da Costa e de Bruno de Carvalho, o ex-dirigente do Sporting acaba de cometer o pecado de não apoiar o sorteio dos árbitros, e merecer, por isso, ser votado ao ostracismo.

Já Pedro Proença, que tem andado a saltitar da UEFA para a Federação, parece querer agora assentar arraiais na Liga de Clubes como um primeiro passo rumo a um futuro que ele próprio augura como de extraordinário sucesso. E, para tal, nem sequer se importa de ver ex-colegas seus atirados para uma jarra onde irão poder misturar-se as bolas quentes com as bolas frias, num sorteio que já há vinte anos confirmou o nulo contributo que deu para resolver os grandes problemas do futebol português.

Esta é, portanto, uma luta de galos, que não se sabe como irá terminar. Porque não há apenas três galos nesta luta de capoeira. As galinhas, essas são em muito maior número e, por enquanto, ainda ninguém as ouviu cacarejar.