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Ribeiro Cristóvão

Evitar euforias

30 jun, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Para a selecção sub-21 chegar à final foram cumpridas diversas etapas, com muita segurança e forte espírito de grupo. A final de hoje não descura cuidados.

O futebol português já nos habituou, há muitos anos, a momentos como aquele que vamos viver logo à noite.

Jogar a final do Campeonato da Europa de Sub-21 anos é o passo que se segue na perseguição a um título que não nos é estranho, mas que, para ser reeditado com sucesso, tem que ser rodeado de uma enorme prudência e evitando euforias desnecessárias.

Para chegar a este dia foram cumpridas diversas etapas, todas elas com muita segurança, e igualmente, com um forte espírito de grupo, no qual tem assentado o êxito da caminhada feita até aqui.

É verdade que na fase de grupos deste campeonato jogámos sempre visando mais os resultados do que o espectáculo, que nesses três jogos marcámos apenas dois golos e apenas sofremos um, mas a goleada infligida à Alemanha dissipou muitas dúvidas que ainda pairavam em alguns espíritos mais atreitos a respeitar a lógica do que a aceitar que no futebol cada desafio encerra uma história que raramente se repete.

Hoje, na final tão desejada, vamos ter pela frente, na lendária cidade de Praga, a selecção da Suécia, cuja qualidade e eficácia ficou até aqui amplamente demonstrada.
E vale mesmo a pena trazer à memória as dificuldades sentidas frente a esta mesma selecção nórdica que agora voltamos a enfrentar, no jogo que terminou empatado a um golo, com Gonçalo Paciência a abrir o marcador aos 82 minutos.

Revendo a estatística de então, é fácil constatar que nos equivalemos praticamente em todos os itens, com especial relevo para os remates à baliza (5-5) e para a posse de bola (53-47).

Ainda que tudo somado, não deve ser colocado de lado o favoritismo da selecção comandada por Rui Jorge, mas sem abdicar dos cuidados que uma final como esta recomenda.

Festa, sim, mas só quando soar o apito final e se, até lá, tudo for feito para a merecermos.