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Ribeiro Cristóvão

Fazer a diferença

26 jun, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Herdeiro de uma herança pesada, e a braços com tempos de maior contenção que limitam a contratação de jogadores, Rui Vitória chega ao Benfica depois de quatro anos de afectiva ligação ao Vitória.

O treinador Rui Vitória teve ontem o seu primeiro dia de trabalho no Seixal, onde o espera um ano de intensa actividade na busca dos triunfos com os quais o Benfica ganhou uma relação de muita proximidade nos últimos anos, sob o comando de Jorge Jesus.

A herança não é fácil e o novo técnico dos encarnados sabe disso, tanto mais que vai ter agora pela frente um quadro de dificuldades contra as quais o seu antecessor não teve de arrostar.

No fundo, trata-se de um sinal dos novos tempos que vão obrigar o bi-campeão a rever alguns métodos seguidos até aqui.

E, daí, o recurso à formação e a recusa de investir somas astronómicas na contratação de jogadores estrangeiros, um quadro que vai obrigar Rui Vitória à definição de estratégias especiais e apropriadas a essas circunstâncias.

No meio de tudo isto, a massa associativa das águias dá mostras de alguma conformação, limitando-se a aguardar com enorme expectativa os primeiros resultados da sua equipa.

E ao novo treinador tem chegado mesmo uma grande solidariedade, que veremos se não se desfaz ao primeiro resultado negativo.

Do dia de ontem de Rui Vitória fica também uma nota muito importante, e que por isso merece um destaque muito especial. É que, depois dos trabalhos na Academia benfiquista, o técnico rumou a Guimarães onde tinha à sua espera muitos adeptos do Vitória, aos quais se juntou para uma refeição de despedida, depois de quatro anos de afectiva ligação.

Quando todos nos recordamos das amargas e acidentadas despedidas de Jorge Jesus do Benfica e de Marco Silva do Sporting, embora por razões diferentes, é bom registar o que aconteceu na cidade do Fundador.

Um bom motivo para podermos pensar que, afinal, ainda nem tudo parece perdido.