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Ribeiro Cristóvão

Los blancos em branco

14 mai, 2015 • Ribeiro Cristóvão

O afastamento da Taça do Rei já abrira caminho para uma época marcada pela desilusão, mas havia ainda esperança. Contudo, os sinos haviam de voltar a repicar de forma lúgubre ontem à noite, assinalando a dolorosa despedida do Real Madrid da Liga dos Campeões.

No curto espaço de cinco dias, o Real Madrid destruiu todos os sonhos que ainda lhe restavam. O afastamento da Taça do Rei já abrira caminho para uma época marcada pela desilusão, mas havia ainda dois objectivos possíveis de alcançar e que poderiam ajudar a salvar uma temporada já de si algo cinzenta.

Um empate muito sofrido no Santiago Barnabéu frente a um Valência destemido, que lhe retirou a possibilidade de continuar a lutar pelo título de campeão espanhol, foi apenas o primeiro toque a rebate. Os sinos haviam no entanto de voltar a repicar de forma lúgubre ontem à noite, no mesmo cenário, assinalando a dolorosa despedida da Liga dos Campeões.

Mesmo carregando uma pequena desvantagem trazida de Turim, o Real Madrid partiu com optimismo para o segundo round com a Juventus. E foi mesmo capaz de operar a reviravolta, com Cristiano Ronaldo a fazer, como sempre, de actor principal. Mas por aí se ficou.

Bem organizada e acreditando sempre, a equipa italiana teve depois arte para chegar ao empate e, a partir daí, deixou bem claro que seria muito difícil uma segunda “remontada”.

Teremos agora, na primeira semana de Junho, a final que poucos imaginavam, e para a qual a Juventus volta a partir como a menos favorita, um factor que pode voltar a funcionar em seu benefício.

Em Madrid, sobram destroços de uma noite mal dormida. Agora, começa o tempo de afiar as facas, algumas já apontadas a diversas figuras merengues, com o treinador à cabeça. Ancelotti já foi dizendo que gostaria de continuar, mas reconhecendo que ficou tudo nas mãos dos dirigentes. Ainda no estádio, cedo começou a onda de contestação, e até o nome de José Mourinho foi chamado aos protestos.

Aos dirigentes cabe agora enfrentar com coragem a crise que se desenha no horizonte, e pensar em decisões que se afiguram inevitáveis. Começaram a faltar as vitórias que alimentam as multidões e, assim, o Real Madrid vai, seguramente, passar por dias muito complicados.