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Ribeiro Cristóvão

Houve justiça

24 mar, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Foi justa a decisão de reduzir a pena de Fernando Santos. Mas a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto representa também um revés para duas entidades: o árbitro do encontro em causa e a Federação da Grécia.

O seleccionador nacional Fernando Santos tomou ontem, finalmente, conhecimento da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto sobre o recurso que interpusera relativamente ao castigo aplicado no decorrer do jogo Grécia-Costa Rica, quando era responsável pela selecção helénica.

Porque sempre foi entendida como um claro exagero em relação aos actos praticados nessa altura, no Mundial de Futebol do Brasil, a redução do castigo, de forma tão substancial, acabou por não surpreender, antes foi reconhecida como um acto de justiça que prestigia sobretudo aqueles a quem incumbiu a tarefa de tomar a decisão final.

Fernando Santos vai assim cumprir apenas dois jogos de suspensão, ficando com a pena suspensa por mais dois no decorrer dos próximos seis meses, o que se entende como uma medida razoável e não susceptível de criar grandes embaraços à Federação Portuguesa de Futebol.

O seleccionador apenas estará ausente do banco nos jogos com a Sérvia e com a Arménia, podendo depois exercer funções, na plenitude, a partir de Setembro, altura em que Portugal vai ter de defrontar a Albânia e a Sérvia fora, e a Dinamarca num estádio português, na conclusão do apuramento que sempre pareceu perfeitamente ao nosso alcance.

A decisão ontem tomada pelo TAD também significa um revés para duas entidades: para o árbitro, o australiano Ben William, que terá exagerado a descrição no seu relatório sobre as circunstâncias em que tudo se passou no Brasil durante o Mundial, e para a Federação da Grécia, que escamoteara a informação que deveria ter dado a Fernando Santos em tempo útil, para que, a partir daí, pudesse encetar uma fase de recurso destinada a atenuar a pena.

Ultrapassado assim este caso, tudo voltou à normalidade: Fernando Santos vai poder exercer o seu cargo sem perturbações, e a Federação vê assim sanado um problema que, a ser de sinal contrário, lhe poderia ter trazido problemas acrescidos.
Ou seja, tudo está bem quando acaba bem.