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Ribeiro Cristóvão

Puxa-saco

13 mar, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Encontram-se puxa-sacos de sobra no futebol. O jogador do Real Madrid Pepe é, por estes dias, o mais refinado exemplo dessa ridícula figura.

A designação de puxa-saco surgiu a partir de uma gíria popular, quando as ordenanças, de modo submisso, carregavam sacos de roupa dos oficiais. Na sua linguagem muito característica, os brasileiros viriam depois a adaptar o termo, atribuindo-o aos bajuladores, geralmente motivados por interesses escondidos.

No futebol, sobram os puxa-sacos: encontramo-los com frequência, vestindo as mais diversas camisolas e servindo os mais variados senhores. Pepe, jogador do Real Madrid e da selecção portuguesa é, por estes dias, o mais refinado exemplo dessa ridícula figura.

Marcado em Espanha, desde há muitos anos, por actos de violência que mancharam a sua carreira e quase o levaram a abandonar a profissão, Pepe tem o seu registo mais negativo na vergonhosa agressão que perpetrou em Abril de 2009 sobre Casquero, do Getafe, a que seguiu uma outra a Juan Albin, sendo por isso expulso e castigado com 10 jogos de suspensão.

Desde então, o rol tem desfiado continuadamente. Messi, por diversas vezes, Dani Alves, ambos do Barcelona, foram igualmente vítimas da sua maldade, o que levou alguma imprensa a considerar Pepe o jogador mais violento do futebol espanhol.

Dado o carácter que revela através destes actos, não espantam igualmente tomadas de posição que o jogador tem assumido, caindo muitas vezes em contradição. José Mourinho e Cristiano Ronaldo foram os seus alvos mais recentes.

A última tirada levou-o a afirmar que os adeptos já não odeiam os jogadores do Real Madrid como no tempo de Mourinho. Isto, depois de há poucos dias, se ter manifestado também muito crítico em relação à iniciativa de CR7 em levar por diante os festejos do seu trigésimo aniversário.

Para o defesa-central do Real Madrid, Carlos Ancelotti é, por agora, um grande treinador que submete os jogadores a trabalho muito mais intenso do que Mourinho, do qual diz não sentir saudades.

Pepe no seu melhor: diz bem quando lhe interessa, diz mal quando entende ser o tempo para si mais conveniente. Ou seja, na verdadeira acepção da palavra, o exemplo mais acabado do puxa-saco.