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Ribeiro Cristóvão

Havia necessidade?

04 mar, 2015 • Ribeiro Cirstóvão

Ninguém poderia imaginar que um antigo quadro da nossa Polícia Judiciária viesse um dia a estar em envolvido em acções marginais do tipo roubo e assaltos à mão armada.

O Sporting voltou ontem a ser notícia por via de dois casos de características diferentes: num deles, regista-se o regresso do defesa Jefferson ao trabalho, após ter cumprido uma suspensão imposta pelo presidente do clube; o outro, de sinal bem mais desagradável, caiu como uma bomba, espoletada pela prisão de um seu antigo dirigente, por razões susceptíveis de envergonhar qualquer cidadão que se preze.

De facto, ninguém poderia imaginar que um antigo quadro da nossa Polícia Judiciária viesse um dia a estar em envolvido em acções marginais do tipo daquelas que levaram à sua prisão, ou seja, roubo e assaltos à mão armada.

Vai certamente pagar uma pesada factura pelos desmandos cometidos, esperando-se que a Justiça actue de forma célere e justa, também para exemplo de quantos são adeptos de semelhantes condutas.

E, neste caso, o que é sem dúvida mais importante é o facto de se tratar de um indivíduo que já desempenhou funções de grande responsabilidade na área da investigação à criminalidade. Ter sido vice-presidente do Sporting é apenas uma circunstância e muito menos relevante do que a primeira. Basta ver os anos de PJ, 16, e o tempo de dirigente leonino, também 16, mas apenas meses, após os quais deixou, apesar de tudo, a sua marca. Negativa, acentue-se.

Com Jefferson de volta ao trabalho, o Sporting volta a dispor de melhores condições no sector defensivo da sua equipa para enfrentar as dificuldades que vêm a caminho, a primeira já amanhã no jogo com o Nacional, para a Taça de Portugal.
Depois do desastre do Dragão esta é, para os sportinguistas, uma boa notícia.

Sanado agora o diferendo, fica uma pergunta: mesmo considerando o eventualmente reprovável comportamento do jogador, havia necessidade de chegar a uma situação tão extremada, a ponto de prejudicar a equipa com um jogo tão importante à porta?
Quem tomou a decisão, agiu bem, respeitando os interesses do clube?

Sem nada ter a ver com o contencioso, coube no entanto a Marco Silva arcar com todas as responsabilidades por um acto falhado, levado por diante no momento menos conveniente.

Emendar a mão nesta altura pode ter sido já demasiado tarde.